terça-feira, 25 de maio de 2010

Funeral Blues, de W.H. Auden (foi lido no filme ¨4 casamentos e um funeral¨Lindo!


Que parem os relógios, cale o telefone,


jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,

que emudeça o piano e que o tambor sancione

a vinda do caixão com seu cortejo atrás.



Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,

escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.

Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —

e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.



Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto

viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,

meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;

quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.



É hora de apagar estrelas — são molestas —

guardar a lua, desmontar o sol brilhante,

de despejar o mar, jogar fora as florestas,

pois nada mais há de dar certo doravante.

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